Setembro faz justiça à tradição desfavorável

Fecho da semana : Setembro é, historicamente, o mês mais fraco do ano para os mercados acionistas. E, em 2024, o início do nono mês do ano ameaça manter essa habitual tendência negativa.

Tal como como no começo de agosto, o início de setembro está a ser marcado pelo regresso das preocupações quanto a uma crescente desaceleração da economia norte-americana, fragilidade do mercado de trabalho dos EUA e eventual recessão, fatores agravados pelo ressurgimento da valorização do iene japonês, dificultando o popular carry trade nesta moeda asiática, e queda acentuada das empresas mais relacionadas à Inteligência Artificial (IA), sobretudo o sector dos semicondutores, nomeadamente a Nvidia, principal fabricante de placas gráficas (GPU) essenciais para a emergente tecnologia de IA.

Setembro marcará, muito provavelmente, o início de um novo ciclo de flexibilização da política monetária, esperando-se uma diminuição das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA. Atualmente, os mercados descontam uma descida de 25 pontos base na reunião de 17 e 18 de setembro, uma probabilidade de 60%, sendo de 40% a hipótese de uma queda mais arrojada de 50 pontos, a concretizar-se será a primeira descida desde março de 2020.

Alguns membros pedem cortes iminentes das taxas de juro, tal como Bostic, presidente da Reserva Federal de Atlanta, argumentou que não se deve manter as taxas de juro muito altas por muito mais tempo, podendo tal postura aumentar seriamente os riscos de danos consideráveis no emprego.

 

Jornal Económico (06/09/2024)