Empresários de São Jorge exigem soluções para a falta de acessibilidades

A Direção da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) e o Núcleo Empresarial da Ilha de São Jorge reuniram, a 10 de dezembro, após a recente eleição dos novos órgãos sociais deste Núcleo. A reunião contou com presença mais de uma dezena de Empresários daquela ilha, para apresentação dos projetos que a Associação Empresarial irá desenvolver em São Jorge no próximo ano de 2021, bem como para debater a situação da economia da Ilha. Na sequência da reunião, extrai-se novamente a principal conclusão já tida na reunião do ano passado relativamente às acessibilidades: a falta de acessibilidades de e para a ilha de São Jorge é muito grave e está a provocar sérios problemas sociais e económicos.

Ao nível do transporte aéreo, é necessária uma planificação e anúncio atempado dos horários, número de lugares, e frequências das ligações aéreas para o Verão IATA. Nós últimos anos verificou-se sempre a falta de lugares disponíveis nos aviões de e para esta ilha. É fundamental um aumento considerável no número de lugares disponíveis para a Ilha, comparativamente ao que tem sido feito, até porque São Jorge é uma das 4 ilhas da Região sem ligações diretas com o exterior.

Para além disso, é necessário o alargamento de horário de partidas e chegadas de ligações aéreas de e para São Jorge, através da certificação da aerogare para voos noturnos, permitindo assim uma diminuição considerável de número de cancelamentos de ligações aéreas, como acontece atualmente sempre que ocorre um atraso num voo, uma vez que não é possível a partida ou chegadas de aviões na aerogare, a partir das 17:00, no Inverno, devido à falta de certificação da iluminação na pista.

Ao nível do transporte marítimo de passageiros, a falta do navio da Atlânticoline, e os horários dos barcos atualmente em vigor são altamente prejudiciais para São Jorge. À semelhança do que é reivindicado para as ligações aéreas, é necessário antecipar a divulgação de horários das ligações marítimas, além a existência de mais ligações com a ilha de São Jorge, incluindo a pernoita de uma embarcação. Por outro lado, o transporte marítimo de carga apresenta inúmeros problemas, como a imprevisibilidade do dia de chegada de navios à ilha de São Jorge, tanto de embarcações com mercadoria vinda do continente português, como de mercadoria inter-ilhas. Conclui-se uma vez mais que é imperativo e urgente a alteração do modelo de transporte marítimo de carga, de forma que sirva o interesse dos Jorgenses, e dos Açorianos em geral.

Os constrangimentos não são novos, mas o sentimento dos empresários é que com o passar dos anos, a situação vem piorando e degradando-se, não havendo perspetiva de melhoria das situações referenciadas. É fundamental que haja um funcionamento integrado em rede ao nível dos transportes marítimos e aéreos, para que a ilha não aprofunde ainda mais o isolamento em que persiste e possa atrair mais população qualificada.

Nesse sentido, a Direção da CCAH e a Comissão Executiva do Núcleo Empresarial de São Jorge apelam ao Governo Regional, recém-empossado, atenção relativamente a estes temas e pedem soluções urgentes e eficazes, estando totalmente disponíveis na apresentação de propostas estratégicas para o desenvolvimento da ilha de São Jorge.