COMUNICADO NÚCLEO GRACIOSA: Ilha Graciosa à Deriva!

A Comissão Executiva do Núcleo Empresarial da Ilha Graciosa considera muito preocupantes as notícias ontem divulgadas no que diz respeito:

•     Aos números da atividade turística lançados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) para Ilha Graciosa em Maio deste ano e no acumulado.

•    Às novas obrigações de serviço público do transporte marítimo de passageiros e viaturas para a Região Autónoma dos Acores, publicados em Jornal Oficial.

Segundo os dados oficiais do SREA, a ilha Graciosa teve quebras de 34,2% no mês de Maio deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, e em acumulado do período homólogo do ano transato (Janeiro a Maio) uma quebra de 16,5%. São menos 750 dormidas num universo de 3779 no acumulado!
As baixas são ainda maiores nos proveitos das unidades hoteleiras da Ilha, o que significa que mesmo baixando o preço, os turistas não chegam à Ilha, colocando em causa todo o sector e sua sustentabilidade.

Na opinião do Núcleo Empresarial a razão é simples de identificar: as acessibilidades na ilha estão muito longe de responder ao que é exigível. Em termos de transporte aéreo e marítimo para a Ilha Graciosa, o cenário actual é dramático. Não existem ligações aéreas suficientes, e número de lugares disponíveis nas ligações existentes não servem os Açorianos, muito menos os turistas. Quando um grupo de turistas quer se deslocar à Ilha Graciosa, invariavelmente não consegue lugar no mesmo voo e é sempre obrigado a pernoitar noutra ilha antes de cá chegar ou no seu regresso.
O cenário no transporte marítimo de passageiros e viaturas é idêntico.

Por tudo isto, foi com grande consternação que analisamos as novas obrigações de serviço público da Região Autónoma dos Açores, publicadas ontem em Jornal Oficial, para o transporte marítimo de passageiros e viaturas. A ilha Graciosa nem aparece na época baixa, ficando de fora no transporte regular de passageiros e viaturas! O governo continua a não apostar no grupo Central e nas suas 5 ilhas, deixando 2 ilhas de fora. As consequências desta política são bem evidentes nos números de turismo. Mesmo na época alta, no chamado “transporte sazonal” a Graciosa e a Terceira aparecem como um “apêndice” do triângulo com um número mínimo de ligações residual. Fica bem claro que não existe qualquer estratégia de desenvolvimento de grupo central de forma integrada.

Neste sentido, a Comissão Executiva do Núcleo Empresarial da Graciosa exige que sejam tomadas medidas urgentes para alterar este cenário que só está afundar a economia da ilha. Os indicadores reforçam essa urgência. São necessárias mais ligações aéreas e marítimas para mitigar o efeito de sazonalidade, aumentar a estadia média e garantir uma ocupação mais próxima dos mínimos necessários para a sustentabilidade do sector do turismo.